TV Cultura acaba com o programa Manos e Minas


Com pouco mais de dois anos de existência, o programa Manos e Minas, da TV Cultura, deve ser extinto da programação. É o que afirma o presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo. A informação chega um dia depois de especulações darem conta de que a emissora seria desmantelada, podendo demitir 1.400 de seus mais de 1.800 funcionários.

Sayad desmente as demissões em massa, mas admite que há um “inchaço” nos quadros da TV Cultura. E, quando é questionado sobre quais programas sairão da programação, é taxativo: “O Vitrine deverá ser suspenso para reformulação. O Manos e Minas sai da grade, assim como o Login”.


"(...) acho que a TV Cultura está cometendo uma grande injustiça, primeiro porque o programa da bastante repercussão, mais ibope que muitos da casa, segundo porque era o único a retratar a periferia de forma inteligente na TV aberta (ou fechada), o único programa que abria espaço pro hip-hop. Falando de hip-hop, parece perseguição, é o Estadão dizendo que estamos em crise, agora a TV que tira a gente do ar. Mas o motivo é que o rap e o hip-hop incomoda, mas com ou sem Manos e Minas, vamos seguir incomodando. A Favela nunca irá se calar, mesmo que o Funk tenha dominado, muitos estilos dominaram a periferia e como qualquer moda se foram, o rap fica." Alessandro Buzo

"É lamentável vermos isso nos dias de hoje. O programa é um dos poucos em rede nacional que retratam uma cultura sempre segregada. E num espaço de 3 semanas, é a segunda notícia que o Estadão dá dando conta de algo negativo para o Hip-Hop." Jéssica Balbino (colaboradora do CHH)

"Uma das razões de estar aqui, externando um pouco da minha tristeza pela notícia, é que sem a existência do programa, talvez não houvesse Action. Em 2008, o programa foi uma das influências para começar o coletivo. Foi ali que percebi a importância da troca de informações e do diálogo com o público. Sem o Manos e Minas, várias iniciativas, em diversas estâncias, talvez não tivessem germinado e dado frutos. Independente dos interesses políticos ou financeiros, este legado, jamais vai perder seu valor. Não tenho bola de cristal. Vai saber se um abaixo assinado ou qualquer outro tipo de manifestação pode acarretar numa volta atrás dos diretores para com os programas da emissora. Torço demais por isso, inclusive. Fica aqui nosso pequeno e humilde tributo ao programa que, terminando ou não, estará na memória de muitos." Coletivoaction

Esses são pequenos trechos dos depoimentos de Alessandro Buzo, Jéssica Balbino e do Coletivoaction sobre o fim do programa Manos e Minas, publicado em seus blogs pessoais.

Fonte: Central Hip-Hop

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